O levante da alma: Sobre bárbaros nas Cátedras e a coragem de Ser a Luz
- Marcio Almeida

- 11 de set.
- 4 min de leitura
Quando amar o inimigo exige combater a ideia que o aprisiona. Um chamado à luta espiritual contra a hipocrisia e a cultura da desordem.
A Paz 🙏🏼
Charlie Kirk foi assassinado ontem. Com um tiro de sniper no pescoço, enquanto dialogava com estudantes.
Deixe essa frase ecoar por um instante.

Bonum certamen certavi, cursum consummavi, fidem servavi. "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé." (Segunda carta de São Paulo a Timóteo, capítulo 4, versículo 7)
Não a frase em si, mas a sua reação a ela. Houve o choque inicial, é claro. Mas, seja brutalmente honesto consigo mesmo: Houve surpresa? Ou, no fundo da sua alma, um nó amargo se formou, a percepção terrível de que este não foi um ato de loucura isolada, mas o próximo e terrivelmente lógico passo em uma espiral de ódio que se tornou a trilha sonora do nosso tempo?
A bala não foi para um homem. Foi para a própria ideia de que a verdade pode ser dita em voz alta.
Este não é um texto sobre política. É sobre a anatomia de um ódio que aprendeu a se vestir com as roupas da virtude. E sobre a nossa responsabilidade diante dele. No meu último testemunho, diagnostiquei a doença. Hoje, quero falar sobre a cura, que não é um remédio doce, mas uma convocação à luta.
Muitos me escreveram, angustiados: "Como lutar? Como amar o inimigo que nos quer aniquilar?". E aqui reside a sabedoria que a nossa Fé nos oferece, uma sabedoria que a mentalidade moderna, sentimental e covarde, não consegue compreender. Amar o inimigo, como nos ensina Cristo, não é um convite à capitulação. Não é permitir que sejamos destruídos, que a mentira prevaleça. Amar a alma do pecador que está cativa de uma ideologia nefasta exige, por caridade, que combatamos a ideia que o aprisiona com toda a força da nossa inteligência e da nossa coragem. A luta não é contra a carne, mas contra o Mal que a instrumentaliza. E nesta luta, a ordem é clara:
Lutar sempre, desistir, jamais.
Mas que luta é essa? Onde está a arena?
A arena está em todos os lugares onde a mentira tenta se impor como verdade. E, tragicamente, um dos campos de batalha mais decisivos hoje são as nossas universidades. O que deveria ser o templo do saber, da busca pela Verdade, da descoberta dos universais, tornou-se, em muitos casos, uma masmorra de doutrinação.
Vejam o que aconteceu com o advogado Jeffrey Chiquini na UFPR. Um homem convidado para um debate, para o exercício da dialética, que foi hostilizado, agredido e sequestrado por uma turba de bárbaros que se autodenominam "estudantes". Pergunto: como pode ser estudante quem não busca o entendimento? Como pode ser estudante quem responde ao argumento com o grito e à razão com a força bruta? O que é o estudo, senão o caminho para uma ascese, a jornada da alma que, através da disciplina intelectual, busca a iluminação? Aquilo não eram estudantes. Eram militantes endoutrinados, a prova viva do sucesso daquele projeto de desconstrução que vi nascer nos anos 90.
E o que fazemos diante disso?
Por tempo demais, nós, as pessoas de bem, as que ainda acreditam na ordem, na verdade e no bom senso, nos calamos. Recuamos para a segurança de nossas casas e de nossos círculos, acreditando que o absurdo se derrotaria por si só. Pensamos: "Isso é tão mentiroso, tão ilógico, que só pessoas desequilibradas poderão acreditar."
Foi um erro trágico. Subestimamos o poder da mentira repetida e organizada. Esquecemos do Mito da Caverna de Platão. Esquecemos que há gerações inteiras que nasceram e cresceram acorrentadas, olhando para as sombras projetadas na parede e acreditando piamente que aquilo é a realidade. Eles não são maus em sua maioria. Estão aprisionados. E é nosso dever, daqueles que por graça Divina vislumbraram a luz do mundo real, ajudá-los a se libertar.
Mas isso exige ação. Exige que nos levantemos.
É preciso se levantar contra a hipocrisia de uma falsa tolerância que, na verdade, é uma máscara para o ódio a tudo o que é bom, belo e verdadeiro.
É preciso se levantar contra a mentalidade corrupta que permeia nossa cultura, do grande esquema em Brasília ao pequeno "jeitinho" do dia a dia. Contra a ideia de que "o que é público não é de ninguém" ou do egoísmo do "farinha pouca, meu pirão primeiro".
É preciso se levantar e ocupar os espaços que abandonamos. As cadeiras executivas, os conselhos de administração, as comissões, as cátedras universitárias, os grêmios estudantis, os sindicatos. A sociedade foi tomada de assalto porque nós, por uma falsa e imoral "pacifidade", permitimos. A neutralidade, neste cenário, não existe. O silêncio é cumplicidade.
Não se trata de responder ao ódio com ódio. Trata-se de responder à mentira com a verdade dita em voz alta. De responder à manipulação, expondo-a com clareza. De responder às agressões, denunciando-as com coragem. De responder à desordem com o testemunho de uma vida ordenada.
Esta é a verdadeira luta. Não é uma guerra de aniquilação, mas um levante da Verdade. Uma reconquista cultural e espiritual que começa no único lugar sobre o qual temos verdadeiro controle: nós mesmos. Começa na decisão de forjar o próprio caráter, de disciplinar a própria inteligência, de ordenar a própria alma segundo o Norte que não falha.
E, a partir daí, agir. Cada um em sua esfera, em sua vocação. O empresário, criando uma cultura de virtude e excelência. O professor, ensinando a pensar, e não o que pensar. O pai e a mãe, formando filhos fortes e com uma bússola moral inabalável. O cidadão, fiscalizando o poder e não se omitindo no debate público.
Este é o meu testemunho e a minha convocação. A noite pode parecer escura, mas é precisamente na escuridão que a menor das luzes brilha com mais intensidade. Sejamos essa luz. A desordem que vemos lá fora é apenas o espelho da que permitimos crescer aqui dentro. Diante do espelho, hoje, qual é a primeira mentira que você se compromete a parar de tolerar em si mesmo?
Nesta batalha pela alma da nossa civilização, a neutralidade é uma ilusão. O silêncio é um voto. De que lado a sua omissão está lutando?
A gente se vê na arena da vida.
Rumo ao TOPO ☁️♱
Marcio Almeida








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